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Monday, March 28, 2005

22/XXII - O PAÍS DOS CABEÇAS DE MARTELO

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Ilustração Original, primórdios do século XX



                                                            Imagem: Internet

 
 
 


 
Ao saírem da floresta, os viageiros deparam um morro cheio de blocos de pedras e nenhum sinal de gente pelos arredores. Mal começam a escalada, uma voz grossa ressoa no ar:
- Alto lá! Não queremos invasores em nosso país.
- Quem é você? - pergunta o Espantalho.
Uma estranha criatura ergue detrás de um rochedo. Era um homem baixo e robusto, cabeça enorme e os olhos vermelhos como de uma águia. Pertencia ao país de uma raça de anões sem braços, pescoço longo e enrugado, conhecida por Cabeças de Martelos.
- O morro é nosso. Ninguém pode passar – arenga o morador do lugar com seu aspecto ameaçador.
- Precisamos passar e você não pode nos impedir.
- Nada feito. Não insista, caso contrário...
- Lamento não fazer o que deseja. Goste ou não, vamos atravessar seu país de qualquer jeito – endurece o homem de palha.
Ao ouvir isso, num abrir e fechar de olhos, a cabeça do homenzinho salta para frente, como se fosse um polichinelo, e acerta uma tremenda cabeçada no Espantalho, jogando-o para bem longe.
O Homem de Lata, mesmo achando a cena esquisita, não se intimida:
- Sinto muito, meu caro. Temos que chegar do outro lado.
- Não será tão fácil com pensa, meu caro – provoca o outro.
Imediatamente, mais feroz ainda, o anão pula para frente do Lenhador e aplica-lhe um sopapo tão violento no peito, que ele se precipita, estralando morro abaixo.
- Bicho, comigo não tem papo! Qual o próximo metido a valente? - ironiza a criatura com um olhar cínico para o Leão.
Um coro de gargalhadas explode no ar. Centenas de Cabeças de Martelo apontam a cabeça chata na encosta da colina. Um deles, mais atrevido, esgoela lá de cima:
- Háháhá!... Esse leão tem mais cara de sonso do que gato de armazém. Chefe, dê uma cabeçada nele também.
O felino, ao ouvir a ofensa se enfurece e solta um terrível rugido. A criatura esquisita, já plantada na sua frente, revida com uma gargalhada mais alta ainda. E, em seguida, também aplica no animal uma pancada na barriga, tão forte que o arremessa para junto do Homem de Lata e o Espantalho.
Dorothy, assustada com tudo, corre para ajudar os companheiros a se pôr de pé.
- Precisamos fazer alguma coisa.
- Acho difícil – adianta o Leão ainda sentindo dores do golpe.
- Acha?
- É inútil combater com gente que dispara a cabeça como se fosse um coice de mula. Como poderíamos enfrentá-los.
O Espantalho, que estava pensando num jeito de resolver a questão, dá a dica, sugerindo:
- Por que não chamamos os Macacos Alados!
- Muito bem – concorda Dorothy, pondo-se na cabeça o Gorro de Ouro, enquanto pronunciava as palavras mágicas.
Pontuais como sempre, em um minuto, um bando de macacos chegam para atender a garota e seu grupo. Logo o Rei dos Macacos Alados pergunta:
- O que ordena?
- Conduza-nos, o mais rápido possível, até o País dos Quadradinhos.
- Assim será, princesinha.
Em pouco tempo os Macacos Alados levantam voo levando a bordo os cinco viajantes. Quando passaram por sobre os Cabeças de Martelo, enfurecidos eles lançaram suas cabeças para o alto, mas não puderam alcançar os simianos voadores que transportavam, sãos e salvos, Dorothy e sua comitiva para o outro lado de montanha.
Logo, eles pousaram no País dos Quadradinhos, onde casas, cercas e pontes eram todas pintadas de vermelho.
Em terra firme, o Rei dos Macacos se despede, avisando:
- Cumprimos nossa missão com você, Dorothy. Atendemos os três desejos que tinha por direito, agora temos que ir. Boa sorte!
- Adeus! Obrigada por tudo.
Os Macacos Alados levantam voo e somem no infinito como um raio. A menina, toda satisfeita, logo avista uma casa de fazenda. Caminha com os companheiros até lá e pergunta a uma mulher como chegar ao Castelo de Glinda.
- Bem ali, no fim da estrada – aponta a moça, alegre.
- Obrigada, fique com Deus!...
Animados, apressam os passos e chegam ao fabuloso Castelo de Glinda. Diante do grande portão, faziam sentinela três elegantes moças de rosto rosado e marias-chiquinhas loiras na cabeça, trajando vistosos uniformes roxos com adornos dourados. Uma delas pergunta a Dorothy:
- O que desejam no Reino do Sul?
- Precisamos falar com a Fada Glinda.
- Muito bem, aguardem aqui, volto com uma resposta em um instante.
A mocinha entra no Castelo, marchando. Em pouco tempo, retorna e convida a todos para falar com a Bruxa Boa.

* FBN© - 2013 – Os Cabeças de Martelo – Cap. 22 de O MÁGICO DE OZ – Adaptação livre do original, editado no ano de 1900,  por: Welington Almeida Pinto - Categoria: Prosa Infanto-Juvenil – Texto original em português - IIustr.: Imagens da Internet  - Link: http://omagicodeoz.blogspot.com.br/2005/03/os-cabeas-de-martelo.html

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